quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Então é natal!

Feliz Natal! Sim é Natal, uma festa cristã onde o amor e a paz reinam. É a época onde aqueles que você não vê há séculos vem te abraçar e dizer "feliz natal". As vezes você nem sabe o nome do dito cujo. Da aquele sorrisinho constrangido e responde "feliz natal". E qual é o sentido do natal? Guloseimas, presentes, consumo, disputa pelo brinquedo, roupa ou acessório da moda. Então o natal se tornou uma festinha onde seu sentido se tornou fútil e seu símbolo é um homem de barba branca e roupa vermelha que sai distribuindo presentinhos para as crianças e uma arvore que era símbolo de uma cultura pagã a qual os cristãos perseguiram. Então qual é o real sentido do dia 25 de dezembro?

Não seria por acaso o nascimento daquEle que nos ensinou o amor e a tolerância antes de tudo? Não seria a celebração de suas palavras e seus atos? Não seria a celebração do "ame teu próximo como a ti mesmo"? Sim, esse deveria ser o verdadeiro sentido do natal! O sentido do Natal está nas palavras do apóstolo Paulo: "Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos eu nada teria se não tivesse amor!". E ele não se refere ao amor entre homem e mulher, ele se refere ao amor ao próximo ensinado pelo mestre! Esse é o sentido do natal, o sentido do natal está em propagar o amor, a esperança, a tolerância e o respeito!

O sentido do Natal parece ter-se perdido em nossos dias. A vida está perdendo seu valor? Quanto vale uma vida? Um real, vale por um ciúmes, por um preconceito? A vida vale muito mais do que isso. Temos que ensinar nossas crianças que o Natal não é a representatividade do valor material mas do valor da vida, do valor do próximo! Ganhar presentes é bom, mas aprender a compartilha-los é melhor ainda. Cristo veio ao mundo trazer paz e amor e o que estamos fazendo nestes dias? Tirando a paz de inocentes e odiando pelo simples prazer de odiar. Mas há algum prazer em odiar? Odiar tira toda paz de um ser. Um homem em paz consigo mesmo não quer guerra com ninguém.

Se este dia tem um significado, este significado deveria estar presente todos os dias de nossas vidas. Se Cristo, que é e deveria ser o protagonista desta época, é amor quem somos nós para perseguir e matar no nome dEle? Ele é o amor, Ele está no amor, então é certo vivermos em guerra? É certo perseguirmos alguém por ser diferente? Devemos respeitar quem quer que seja levando em consideração o principal: aquele que é perseguido, humilhado é como qualquer um: sangra, chora e sorri, então antes de agredir alguém ou odiar pense em Cristo e em seus ensinamentos, esqueça todo o resto e pense no principal: ame teu próximo como a ti mesmo.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Mamonas assassinas e sua filosofia (hã??)

Reconheço que nunca fui muito fã de Mamonas Assassinas. Sempre fui um tanto conservadora em relação a música e sua interpretação. Mas o que não posso negar é que os Mamonas foram um marco para a música popular brasileira e tem seu grau de importância. Passei a perceber a importância e a falta que estes loucos fazem a nossa música e a forma irreverente como tratavam assuntos delicados. Isso mesmo, Mamonas Assassinas tratavam de assuntos delicados que hoje estão em pauta em nosso paìs, tais como homofobia e xenofobia. Vou provar.

Vou postar a música Robocop Gay:

Um tanto quanto másculo
Ai, e com M maiúsculo
Vejam só os meus músculos
Que com amor cultivei

Minha pistola é de plástico
Em formato cilíndrico
Sempre me chamam de cínico
Mas o porquê eu não sei

O meu bumbum era flácido
Mas esse assunto é tão místico
Devido a um ato cirúrgico
Hoje eu me transformei

O meu andar é erótico
Com movimentos atômicos
Sou um amante robótico
Com direito a replay

Um ser humano fantástico
Com poderes titânicos
Foi um moreno simpático
Por quem me apaixonei

E hoje estou tão eufórico
Com mil pedaços biônicos
Ontem eu era católico
Ai, hoje eu sou um GAY!!!

Abra sua mente
Gay também é gente
Baiano fala "oxente"
E come vatapá

Você pode ser gótico
Ser punk ou skinhead
Tem gay que é Mohamed
Tentando camuflar:
Allah, meu bom Allah!

Faça bem a barba
Arranque seu bigode
Gaúcho também pode
Não tem que disfarçar

Faça uma plástica
Aí entre na ginástica
Boneca cibernética
Um robocop gay...
Um robocop gay,
Um robocop gay.
Ai... eu sei,
Eu sei
Meu robocop gay...
Ai como dói!

Onde estaria a seriedade nesta música cômica e divertida? "Abra sua mente, gay também é gente, baiano fala oxente e come vatapá" isso nos diz: assim como é comum um baiano dizer oxente e comer vatapá é normal ser gay. "Ontem eu era católico, ai hoje sou gay" uma realidade bem comum nos lares cristãos não? Muitos gays católicos e evangélicos. "Você pode ser gótico , ser punk ou skinhead, tem gay que é Mohamed, tentando camuflar:Allah, meu bom Allah!" ou seja você pode ser tudo isso e ainda ser gay.

Vou postar Jumento Celestino:

(De quem é esse jegue?
De quem é esse jegue?
De quem é esse jegueee... Ô rapaz!

Não é jegue não, é jumentio!)
Tava ruim lá na Bahia, profissão de bóia-fria
Trabalhando noite e dia, num era isso que eu queria
Eu vim-me embora pra "Sum Paulo",
Eu vim no lombo dum jumento com pouco conhecimento
Enfrentando chuva e vento e dando uns peido fedorento (vish burro)
Até minha bunda fez um calo
Chegando na capital, uns puta predião legal
As mina pagando um pau, mas meu jumento tava mal
Precisando reformar
Fiz a pintura, importei quatro ferradura
Troquei até dentadura e pra completar a belezura
Eu instalei um Road-Star!

Descendo com o jumento na mó vula
Ultrapassei farol vermelho e dei de frente com uma mula
Saí avuando, parecia um foguete
Só não estourei meu côco pois tava de capacete

Me alevantei, o dono da mula gritando
O povo em volta tudo olhando e ninguém pra me socorrer
Fugi mancando e a multidão se amontoando
Em coro tudo gritando: "Baiano, cê vai morreêeê !"

Depois desse sofrimento, a maior desilusão
Pra aumentar o meu lamento, foi-se embora meu jumento
E me deixou c'as prestação
E hoje eu tô arrependido de ter feito imigração
Volto pra casa fudido, com um monte de apelido
O mais bonito é cabeção!
Aqui eles retratam a xenofobia contra os nordestinos. Leia bem a letra e veja a retratação que eles fazem. Qualquer coincidência é mera realidade!

Apenas postei essas músicas porque os assuntos abordados nelas estão em pauta atualmente, mas se formos analisar bem as divertidas e engraçadas letras dos Mamonas quase todas tem uma apelação social e uma crítica ao modo de vida leviano que muitos levam.

Maus pais, maus filhos

Durante os anos que estive na faculdade debatiamos muito sobre como a escola pode interferir na vida das crinças e adolescentes. É neste local que eles terão contato com pessoas, culturas e idéias diferentes. Irão procurar amigos, pessoas com quem se identifiquem e montar as famosas "panelinhas". Na infância ainda é muito comum as crianças estarem em contato com outras crianças, digamos, diferentes delas. É claro que elas irão amadurecer e projetar as opiniões dos pais também em suas relações na escola.

Aprendemos que as crianças em certas idades tem maior ou menor facilidade de relacionamento. Mas devemos prezar, como educadores, o bem social e individual de cada criança. É na idade infantil que elas começam a aderir alguns conceitos dos seus pais, professores e de quaisquer adultos que estejam em contato com elas diariamente. Conceitos são passados de geração em geração. Quando uma mãe diz: isso é feio, a criança irá aderir que a idéia daquilo é realmente feio, pelo menos até uma idade em que ela possa argumentar. É nessa idade que se dá a importância de explicar: isso é errado, isso é certo, diga obrigado e peça desculpas, entre muitas outras coisas. As crianças repetem os atos dos pais. Há algum tempo vi um comercial em que uma adulta fumava e do seu lado uma criança também o fazia, em outro um homem batia na mulher e do seu lado a criança também o fazia. Aquilo retrata bem o que acontece: as crianças aderem a tudo o que os pais fazem.

Na escola elas reagirão de acordo como acham que os pais reagiriam. "Meu pai paga isso aqui" já escutei uma criança de 7 anos responder ao professor. Ela disse isso porque achava que o professor não tinha autoridade sobre ela simplesmente porque os pais pagavam "aquilo ali". MAs de onde surgiu esta idéia? Lógicamente uma criança reproduz as atitudes e palavras dos pais. O absurdo é que aquela criança estava confrontando o professor com uma frase dita pelo pai que, ao ser chamado concordou com as palavras do filho, culminando na demissão do professor. Eu penso que tipo de adulto essa criança será e que tipo de pai este homem seria. A calamidade da educação em casa se transfere para a Educação nas escolas. Pais acham que os professores tem a obrigação de criar seus filhos. Estão enganados. Professores não tem a obrigação de passar valores que correspondem o aspecto familiar, o trabalho dos professores é o de passar valores de aspecto social e filosófico. O trabalho se torna muito dificil quando os pais acham "bunitinho" ver seus filhos respondendo aos professores. Essas crianças se tornarão adultos sem escrupulos.

Mas o que me preocupa é o jeito com que a sociedade encara o adolescente. Vemos casos de adolescentes se agredindo por motivos fúteis e me pergunto por que? A resposta que obtenho é assustadora: a culpa é dos pais! Não digo que os pais tem 100% de culpa nas atitudes de seus filhos, após os 13 anos de idade um adolescente já sabe o que é prego e martelo, o que quero dizer é que nesta fase é que começam aparecer os traços dos erros dos pais. Um adolescente violento geralmente torna-se violento porque foi criado desta maneira. Já escutei mães dizendo: vou enfiar uma porrada nan sua cara. Isso lá é modo de uma mãe se referir a um filho? Por mais dificl que seja o papel da mãe é educá-lo para ser um homem ou mulher de bem, e não alguém que desce a porrada seja qual for a situação. Há alguns dias vi uma reportagem de duas adolescentes que jogaram óleo fervendo numa outra. A menina perdeu a vião do olho esquerdo e teve queimaduras de terceiro grau. Quer dizer, qual foi o valor dessa vida? O motivo foi ciumes. Desde quando a violência superou o dialogo? Como terá sido a criação destas meninas?

Mas não posso e não vou generalizar. Há pais muito bons que criam filhos maus. Como isso? Crianças são manipuladoras de certo modo, ao querer atender as expectativas dos filhos os pais acabam estragando-os. Já ouvi muitas frases como "onde foi que eu errei"? Muitos pais nem erraram, mas o filho acaba se desviando por amizades. Ai está ponto. Quem são os amigos dos seus filhos? Não estou pedindo para vigia-los, longe disso, mas será que os adolescentes realmente merecem a liberdade que os pais contemporaneos lhes dão? Acho que não. Embora seja uma minoria que de trabalho, eles dão! Há um livro chamado "pais maus, filhos maus", eu concordo com essa teoria. Tudo deve ser balanceado. A disciplina, os mimos, as broncas, os presentes. É muito, mas muito importante que os pais estejam sempre ao lado dos filhos quando eles precisam. Aparecer de vez em quando e somente em festas é o cumulo. Os filhos acabam buscando o que não encontram em casa na rua.

Há algum tempo a policia militar lançou uma propaganda que dizia "pais adotem seus filhos antes que sejam adotados", em que ponto nós chegamos? Ao ponto de a policia militar ter que pedir para que os pais estejam ao lado de seus filhos. Eu sempre digo uma coisa que revolta muita gente, mas que é compreensivel do ponto de vista pedagógico: dizer não de vez em quando não mata ninguém. Isso mesmo, dizer não significa impor limites. Se o horário de um adolescente é estar em casa as 23 horas e ele quer chegar as 00 horas se o pai não quer, diga não! Ele não vai morrer por isso. Explique a razão do não, deixe-o contra-argumentar, se você continuar com sua opinião não mude por causa de birra de adolescente. Isso o fará perceber que existem regras e elas devem sim ser seguidas, mas regras devem ser impostas desde o berço.

Adolescentes mimados são os mais problematicos, adolescentes largados são os mais problemáticos, adolescentes querem a atenção da familia mesmo que digam que não! Não podemos largar os adolescentes na rua como se já fossem adultos: eles não são adultos! Devem ter o apoio da familia, devem ter disciplina e respeito para que cenas como a da Avenida Paulista e do caso das meninas não voltem a acontecer!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A Bluenormatividade e a ameaça vermelha. (parte 2)

Os bluepensators partiram em busca das respostas. Ansiavam por isso. Alguns foram enviados às zonas neutras para verificar se haviam vermelhos ali ainda. Outros buscavam pelas cidades azuis que poderiam indicar que eram pintados.

Os grupo que foi enviado enviado à zona neutra 1 ficou decepcionado pois já não se encontravam vermelhos ali. Assim foram com os outros enviados às zonas 2 e 3. As buscas nas cidades não davam resultados e os bluepensators começaram a achar que o velho azul estava enganado e que os vermelhos estavam extintos. Os bluepensators descobriram que Blue-faia mantinha um terreno muito distante das cidades. Seria então a zona neutra 4. Foi enviado para lá outro grupo que encontraram finalmente os vermelhos. Os vermelhos haviam tomado a zona 4 e se reuniam ali. Estavam se preparando para voltar para as cidades e agregar aqueles que estavam escondidos com medo de se assumir.

Os bluepensators foram levados até Red-pen que lhes contou algumas coisas: "Quando eu era mais jovem todos pensavam que eu era azul, meu pai me obrigava a me pintar de azul e dizia que tinha vergonha de ter um filho vermelho. Vejam bem, quase todos os vermelhos são filhos de azuis. Tentamos explicar na ciência mas não obtivemos respostas concretas, apenas hipóteses. Enquanto a ciência não descobre, os Bluecreitors nos perseguem dizendo que somos aberrações. Como podemos ser aberrações se somos frutos de azuis? Apenas nossa cor é diferente. O Blue-faia não consegue aceitar isso e fica dizendo mentiras sobre nós. Os azuis nos jogaram nas periferias e fizeram todos acreditarem que nós não prestavamos. Entretanto haviam azuis do nosso lado. Muitos deles nos apoiaram, nos ensinaram a ler e escrever e se mantiveram ao nosso lado mesmo quando começaram a nos jogar nessas zonas mortas. Alguns pais que defendiam seus filhos foram presos e acusados de profanar mentiras contra Blue-chanti.

As pessoas acreditaram nas mentiras dos bluecreitors e agora estamos aqui. Fiquei sabendo que há mais vermelhos nas cidades, mas eles se escondem e muitos se machucam por não conseguirem lidar com a diferença. Quero voltar para as cidades e provar que nós somos tão bons quantos os azuis e que não queremos atacar ninguém, só queremos os mesmos direitos."

Os bluepensators voltaram para casa e contaram isso aos companheiros. Decidiram apoiar os vermelhos e passaram a ser perseguidos também pelos seguidores de Blue-faia. Eles não sabiam o que o futuro lhes reservava, mas queriam viver numa sociedade justa e sem preconceitos, queriam viver num mundo melhor e colorido onde azuis e vermelhos conseguissem conviver sem violência. Esse era o sonho deles.

Mas o fim desta estória só nós podemos escrever: um final cheio de tolerância ou com uma ignorância mediocre motivados por um ódio sem explicação.

A Bluenormatividade e a ameaça vermelha. (parte 1)

Em um local distante (nem tão distante assim) havia uma sociedade que se auto-denominava Blue-community ou simplesmente Sociedade-azul. Lógicamente que todos nesta sociedade eram azuis. Haviam várias tonalidades do azul: haviam seres azul-marinhos, outros azul-escuros, outros azul-claros e por aí vai. Somente azuis eram aceitos por aquela sociedade. Todos tinham um mesmo conceito de vida, uma mesma crença: no Blue-chanti e nunca haviam debates sobre o estilo de vida deles.

Havia uma hierarquia e embora o Blue-mór teoricamente fosse quem mandava naquelas bandas, os bluecreitors eram quem realmente mandavam. Mas nem tudo eram flores no mundo Blue. Assim como em toda sociedade haviam aqueles que teimavam em discordar dos bluecreitors, os rebeldes eram os bluepensators. Os bluepensators eram uma pedra no sapato. Viviam questionando a hierarquia e o porque de só haverem pessoas azuis. Nunca haviam visto pessoas de outras cores: era sempre a mesma coisa, a mesma cor, nem tinha mais graça. Mas um dia um bluepensator descobriu que haviam sim pessoas de outras cores: os vermelhos!

Entretanto a única prova de que realmente existiam os vermelhos era o diário de seu bisavô, um membro dos bluecreitors. Então , intrigado, o jovem bluepensator começou a ler sobre os vermelhos. Descobriu que eles tinham que se esconder e muitos até se pintavam de azul para que não fossem presos e castigados. Descobriu que os bluecreitors fizeram todos acreditarem que os vermelhos eram uma ameaça à soberania azul e que, além de tudo, eram uma aberração da natureza. O bluepensator decidiu compartilhar isso com os demais. Todos ficaram chocados com a noticia dos vermelhos e decidiram então buscar a verdadeira história. Surrupiaram alguns documentos do prédio onde os bluecreitors se reuniam e descobriram que era verdade: existiam vermelhos entre eles! E descobriram que os vermelhos não podiam andar pela cidade e que eles não eram tão raros assim, estavam apenas se escondendo.

Os bluepensators partiram em busca das respostas. Seriam os vermelhos uma aberração da natureza? De onde eles viriam? E por que nunca se mostravam? De tanto revirarem acabaram descobrindo um azul que parecia conhecer os vermelhos. Sentaram-se então para conversar com o velho blue. "Eu era um Bluecreitor e acreditava no que estava fazendo, acreditava na soberania azul e achava que o Blue-chanti condenava de verdade os vermelhos. Os vermelhos eram minoria e então passamos a convencer a todos que se deixassemos que eles vivessem entre nós eles tomariam o poder, se tornariam maioria e nos perseguiriam. Os vermelhos lutavam por seu reconhecimento em nossa sociedade. Lembro-me do primeiro vermelho: Red-pen. Ele era corajoso. Reuniu muitos vermelhos, aliás, haviam vermelhos pintados de azul, só tiraram a tinta quando Red-pen se assumiu vermelho.

Os vermelhos tinham apoio de alguns azuis, inclusive de alguns Bluecreitors. O Blue-mór nada fazia. Assistia de longe o que estava acontecendo. O lider dos Bluecreitors, o Blue-faia declarou guerra aos vermelhos. Fez propagandas dizendo que Blue-chanti não havia criado os vermelhos, apenas os azuis. Muitas pessoas acreditaram. Os vermelhos passaram a ser perseguidos e quando não eram mortos, eram presos. Tive pena de uma menininha vermelha. Ela chorava muito. Mas o que me surpreendeu foi que dois azuis a defenderam. Eles eram os pais dela. Ninguém sabia como isso podia ser possivel. Decidi estudar mais a fundo os vermelhos e descobri que eles eram filhos de azuis e que muitos pintavam os vermelhos por medo dos bluecreitors. Mas os vermelhos ficavam vermelhos na puberdade e muitos achavam eles estranhos, achavam que o azul estava desbotando. Muitos pais os colocavam para fora das cidades. Nós prendemos muitos vermelhos e os expulsamos, os colocamos em zonas neutras. Mas mesmo negando, sabemos que ainda existem vermelhos entre nós.

Só que eles não se assumem. É triste pensar que nós perseguimos pessoas como nós, que vieram de nós só porque são de cores diferentes. Eu digo isso porque, quando me casei, tive um filho. Quando ele chegou a puberdade começou a desbotar e as pessoas o estranhavam. Ele foi ficando vermelho e eu o expulsei dizendo que ele tinha de ser azul. Ele foi enviado a casa de um amigo muito longe, mas fugiu e desde então não tenho noticias dele. O que sei é que os vermelhos estão se organizando de novo e que Red-pen está ajudando. Espero reencontrar meu filho."

Os bluepensators ficaram chocados com o que haviam descoberto. Partiram então em busca dos vermelhos para descobrirem qual era a verdade.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Confissões.

É estranhos pensar em como vejo o mundo porque, sinceramente, eu nunca havia parado pra pensar nisso. Eu sempre tive uma boa vida, tive dificuldades quando criança, lógico, cheguei a passar fome, mas nunca perdi minha fé e sempre confiei em Deus para suprir minhas necessidades e Ele nunca me deixou na mão. Nunca mesmo. Quando você cresce numa familia tradicionalmente cristã é muito simples e complicado. Dificil de entender? Talvez. Simples porque você está inserido numa sociedade que é quase que totalmente cristã, então você é facilmente aceito pela sociedade, dificil porque você tem de seguir regras e dogmas, não que eu esteja reclamando, eu até gostava, mas em certos momentos cansa, você deixa "blhééé" com lígua de fora escapar. A situação é a seguinte: sou gay e cristã. Como é dificil! Sim, é dificil porque daí sofro preconceito por ser ambas as coisas. Sofro preconceito por parte de cristãos porque sou gay, gay não pode ir a igreja e se for é pra se curar ou libertar do demônio (??) e sofro com os gays porque eles não entendem que sim, Deus nos aceita. É chato ficar repetindo sempre a mesma coisa.

Sim Deus nos aceita, não ele não condenou a homossexualidade, sim eu sou e tenho certeza disso, "blhééé", que chato. Qual é a dificuldade? Então eu tenho que contar tudo o que aconteceu na minha vida: sim, eu sempre gostei de meninas, sim eu sempre gostei de brincadeiras ditas masculinas, sim as vezes tenho medo, mas sem medo não temos a oportunidade de mostrar coragem. Aprendi isso com uns amigos da comunidade Homofobia Já Era no orkut. Aliás, quero agradecê-los.

Mas continuando minhas confissões, confesso que gostava da namorada de um coleguinha da igreja. Ah, pode parecer tosco, mas pra mim é importante ta? Eu tinha seis anos de idade. Gostava mesmo dela. Ah também gostei de uma colega de escola, mas era só um sonho, nossas realidades eram diferentes. Ela era rica e eu suburbana. Nunca teria dado certo mesmo. Eu tinha um certo problema, sempre gostava das pessoas erradas e nunca gostava de quem gostava de mim. Era uma sina. Namorei uma pessoa pela net. Mas não deu certo, eu ainda achava que era errado, embora eu a tenha magoado, ela continua sendo minha amiga, pessoa nota mil.

Dei meu primeiro beijo (de verdade, de lingua, com pegação) aos 19 anos. Tarde né? É, sim. Mas foi tarde porque não queria reconhecer que gostava de mulheres, e como não gostava de meninos, evitava-os. Os meninos eram, sei lá, "blhééé", não queria. Mas voltemos ao meu primeiro beijo. Foi bom, até que não me sai mal, embora estivesse muitissimo nervosa. Mas "de boa", fiquei sossegada e lá fui eu. Dai peguei gosto pela coisa. Conheci um "veado" que a-do-re-i logo de cara. Fomos à baladas e nos divertimos. Meu segundo beijo foi com a mesma pessoa do primeiro beijo, estranho. Não, nós não tinhamos nada de sério, mas eu curtia a menina, a admirava por sua beleza e pela pessoa que era. Mas já passou. A primeira vez que fiquei com alguem na balada foi tenso.

Eu já tava meio alta ( ah, só pra constar, parei de beber faz algum tempo) e acabei ficando com uma amiga de um amigo. Linda ela. Gostei muito, pessoa maravilhosa. Eu nunca fui de só beijar, gostava de trocar idéias. Dai pra frente tudo rolou bonito, ah é, e teve a segunda vez que fiquei em balada. E sim, eu gostava de ficar com apenas uma menina na noite, não gostava da idéia de sair por ai beijando todo mundo, embora isso já tenha acontecido comigo. Mas voltando, a segunda vez que fiquei em baladas. Ah, foi ótimo, a garota hoje é minha namorada. Fantástica a nossa história. Ah, vamos nos casar! A segunda garota, foi a quem dei meu coração! Mas não foi fácil. Eu a procurei durante 3 meses em todas as baladas GLS de Sorocaba (3 no total). Quando a encontrei, bom, eu não tinha chance, ela tava namorando. Oh raiva. Eu procuro a garota por 3 meses e ela namora. Tá bom, não sou santa. Eu não saia beijando por ai, mas de vez em quando pisava na bola e ficava com garotas que namoravam. Pronto, falei. Não me orgulho disso. Nenhum pouco. Fiquei com ela. A namorada foi embora. Na época estava apaixonada por outra garota.

Você se confundiu neh? Procurei uma garota por 3 meses e me apaixonei por outra? Sim, isso mesmo. Eu fiquei na dela, se é que me entendem, e a outra garota, acho que me enganei em relação a ela e aos meus sentimentos. Não dariamos certo nem se quisessemos. Eu queria, ela não, sai machucada e esculachada me sentindo um lixo. Sou boa gente, até bonitinha, mas quando a gente não faz o tipo, não faz e pronto. Bom, agora desejo tudo de bom à ela, mas na época eu a odiei. Voltemos a minha namorada. A procurei por 3 meses e ela a mim. Por que não nos encontramos? Ela ia a balada que eu havia sido expulsa. Sim, expulsa, mas não foi culpa minha, fui separar uma briga e me queimei com todo mundo. Mas beleza, depois de 3 meses voltei e a encontrei. Fiquei com ela, minha paixonite estava lá, mas acho que a esqueci. Então ta, fomos cada uma pro seu canto. Continuei ficando com garotas e me enchendo disso. "Blhéé"

Queria uma coisa séria. Alguém que me preenchesse. Numa certa noite encontrei de novo a garota. Ficamos. Umas semanas depois continuamos ficando, ficando e namorando! Passamos por altos e baixos, momentos muitissimos dificeis, mas estamos ai, de pé. E olha que o que tem de gente tentando nos derrubar é inacreditavel. Vamos nos casar. A pedi em casamento terça-feira. Acho que ela é um pouco louca por querer se casar comigo. Eu sou, sei lá. Estranha. Sim, eu sou estranha. Mas ela me ama né? Fazer o que? Ah, e eu também amo ela. Mando o convite do casamento pra vocês. Até um próximo post e quem sabe mais confissões. Mas...sei lá, quem sabe se eu ainda vou estar por aqui?

A vida simples como ela é

A vida deveria ser simples. Aliás, eu acho a vida muito simples. Veja bem: devemos fazer o que gostamos, pena que as vezes vamos pelo caminho inverso e acabamos por fazer o que odiamos. Devemos nos preocupar com nossos amados, familia amigos e pessoas que estejam ao nosso redor. Mas não. somos seres humanos burros e por vezes intolerantes e odiosos. Odiamos e temos raiva de pessoas por terem feito algo minimo contra nós, ou simplesmente não gostamos delas unicamente por não se encaixarem em nossos padrões. Vejamos, qual foi a ultima vez que você viu dois coleguinhas de escola, sem sofrerem interefência dos pais ou professores se matando por serem diferentes? Pois é, raro né. Até as crianças estão sendo picadas pelo bichinho que incomoda os pais: a intolerância. Sim sim porque, eu creio veementemente que a intolerância deixa a vida muito mais complicada para ambos os lados. Vejamos, quem pratica a intolerância se esquece da sua própria vida e se preocupa mais em intolerar e quem sofre se preocupa mais em se defender. Ambos perdem as coias boas da vida. Vejam o caso de um pai de um gay. Ele não aceita o filho ainda adolescente se assumindo gay. Ele perde todas as festas, conversas animadas, perde aquele que poderia ve-lo como melhor amigo e o filho a mesma coisa. Um amigo que se afasta de outro porque este se assume gay, ele perde um apoio muito precioso, perde o compartilhamento de momentos inesqueciveis simplesmente porque é intolerante. Veja também o caso de religiosos. Eles dizem que é pecado, mas não ousam se aproximar de um gay para uma conversa sem pré-conceitos e civilizada. Talvez ele esteja perdendo uma baita de um debate! E ainda tem aqueles que odeiam pelo "ouvi dizer". Ouviu dizer que gays são isso e aquilo e nem se atreve a perguntar se tudo isso é verdade. Talvez essa pessoa esteja perdendo a oportunidade de conhecer alguém maravilhoso pelo simples fato de ser preconceituoso. Alias, por que tanto preconceito? Será que um gay incomoda tanto assim? Eu até diria que adolescentes no GERAL incomodam muito. São barulhentos e muitas vezes até insuportáveis, mas a vida sem eles seria sem graça. Digo o mesmo dos gays! Sabe, eu pergunto por que a sexualidade alheia incomoda tanto, se você está seguro com sua sexualidade não tem motivos para perseguir quem, em absolutamente nada interfere em sua vida! Ora, vá aproveitar a vida, as coisas simples dela: uma conversa com os amigos, uma partida de futebol, um cineminha, um banho de mar, aproveite! Não deixe sua vida passar ante seus olhos por um simples preconceito!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Quando vamos nos importar?

Quando vamos deixar as diferenças de lado e perceber que o que está em jogo são vidas e não bonequinhos que alguém diz: vamos fazer isso e aquilo? Quando vamos nos importar com o próximo e passar a respeitar quem pensa e é diferente? Até quando vamos suportar ver uma contagem de mortes? 207 mortos? Quem acha justo? 207 vidas se foram simplesmente porque eram diferentes! E sim, não estou cochichando, estou berrando de revolta!

Berrando toda minha fúria, porque agora a cada dois dias que ligo a televisão, que abro páginas de noticias de internet vejo que mais 1 foi morto ou espancado! Até quando vou suportar tudo isso sem dar um grito? Até quando NÓS suportaremos isso calados? Enquanto os agressores berram palavras de repúdio contra nós, nós nos calamos! Por que? Por medo? Medo de sermos o próximo? Sim, era por isso que me calava, mas agora vou gritar, vou escancarar pra quem quiser ver: 207 pessoas foram mortas porque eram diferentes!! Onde está a graça ou a justiça nisso? A vida de um ser humano deve ser trocada por dogmas?

A vida de um ser humano, por mais diferente que seja, deixou de valer só porque alguém diz que ele está errado? Pois eu grito: NÃO. O mesmo valor que dou para x também dou para y, o mesmo valor que uns tem outros também e sabem por que? Porque são, antes de tudo e qualquer coisa, antes de padrões, antes de dogmas, são seres humanos! Preciosos seres humanos! Seres humanos que têm familias que agora choram pela dor da perda, que gritam desesperadas pois aqueles que amavam partiu e não voltará! A dor da perda vale tudo isso? Seu preconceito vale pela dor da perda dos outros? Se você disse sim, meus parabéns, você demonstra o quanto o ser humano pode ser medicocre e intolerante, se não, junte-se a mim e grite contra a homofobia!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O mundo colorido!

Todo mundo acha que é bem fácil ser gay. Vivemos num mundinho colorido. Quem dera. Mas o mundinho colorido deve ser bem melhor do que a dura realidade de quem vive aqui, neste mundo preto e branco. O duro é quando o mundo preto e branco arromba a porta do mundinho colorido. Arromba mesmo! Estraçalha a porta do mundinho paralelo! A dura realidade desaba por sobre a cabeça do gay! Dai ele se pergunta se realmente vale a pena.

Ele descobre que o mundinho colorido só é colorido quando você pinta o preto e branco. Coloca uma tintazinha de tolerância aqui, outra de respeito aculá e assim por diante. Mas claro que, para colorir é preciso se manchar. Puxa, como é dificil tirar a tinta! Dificil mesmo. Algumas nem saem de tão fortes que são. Mas a irritação de te-las ali por vezes é encoberta pela sensação do dever cumprido. O mundo preto branco é tão dificil. Algumas partes teimam em manter-se preto e branco. Sem graça, sem vida. Por vezes, a pintura cansa, e o gay é atingido por uma sensação de insuficiência, ele olha para o que já foi pintado e olha para o que ainda precisa pintar.

Ah, como falta muito ainda! Ele olha para suas mãos calejadas e manchadas, sente o seu corpo pesar e se deixa cair no chão. Deixa que o cansaço lhe tome o corpo. Começa a lembrar do seu mundinho colorido. Aquilo é que era bom. Festas coloridas, pessoas coloridas, bebidas, drogas, sexo e de repente tudo isso desmorona! Ele  se imagina vivendo tudo isso aos 50 anos. Ah, como seria bom. Mas ao se olhar no espelho e ver que já se passaram os anos de sua juventude, seu rosto já marcado por sua idade ele se pergunta: onde estou? Onde fui parar? Ele olha ao seu redor e a única coisa que ve é a solidão! A solidão de uma vida cheia de mentiras, cheia de falsas cores que se vão com sua juventude. Ele se vê num mundinho colorido onde não há saída, onde a única liberdade é a de não pensar e apenas agir. Vê que tudo o que construiu ( mas o que construiu?) fica a merce de um mundo inexistente, sem rumo e se coloca a pensar se tudo isso valeu a pena. Se vê num mundo paralelo e se desespera! Se desespera em saber que não foi ouvido e pior ainda, que não teve competência para falar! Se sente perdido pois, ainda que tenha seu mundinho colorido algo realmente ainda lhe falta. Uma liberdade verdadeira lhe falta.  Sente falta de algo. Sente falta de pintar!De colorir! Como pode?

Sim, pode. Ao despertar de seu sono profundo, consequência de um pesado trabalho, ele pensa: por que não continuar colorindo? É melhor colorir o mundo preto e branco, provar que é capaz, do que viver falsamente num mundinho colorido onde, as coisas talvez pareçam muito gostosas, mas não são reais e acabam por desmoronar quando a dura realidade do mundo preto e branco bate a porta!

Homofobia Não!

Muita gente acha engraçado ver um espancamento de gays. Essas mesmas pessoas acham o cúmulo quando alguém se refere a um negro como "crioulo". Muita gente acha engraçado defender a homofobia. Essas mesmas pessoas acham o cúmulo ainda existirem nazistas em nossos dias. Algumas pessoas acham engraçado perseguir e massacrar uma minoria. Essas pessoas são anti-nazistas. Algumas acham que ser gay é escolha e por isso estes são passiveis de violência fisica e verbal, mas acham o cúmulo alguém ser agredido porque é de uma ou outra religião. Certas pessoas defendem o direito a expressão, mas confundem o direito de expressão com atacar e perseguir. Estas mesmas pessoas acham que sabem mais da vida dos outros. Pobres coitados. Eu me pergunto: se você acha terrivel o que os nazistas faziam, por que faz a mesma coisa que eles? Sim, porque, perseguir, atacar e massacrar uma minoria mais fraca era exatamente o que os NAZISTAS faziam. Bom, para eles os judeus deviam ser condenados simplesmente por serem judeus, VOCÊ condena homossexuais simplesmente por serem homossexuais. Cadê a diferença? Judeus eram minoria na Alemanha e homossexuais o são em nossa sociedade. O povo era alienado e não procurava saber o porque que perseguiam e matavam judeus, ou nem se interessavam em saber como REALMENTE eram os judeus. VOCÊ persegue e mata (moralmente) gays porque alguém te disse isso ou aquilo. Você REALMENTE já conversou com mais de um gay? Ou você conheceu um e disse: ODEIO essas pessoas. Claro, porque ODIAR deve estar na MODA. Você se deu ao trabalho de conhecer mais gays? Ou simplesmente deixou pra lá. De onde vem seu ÓDIO? Da RELIGIÃO ou simplesmente porque você não tinha nada para fazer e deicidiu perseguir? A ta, você ACHA que é ESCOLHA. Claro, as pessoas em SÃ CONSCIÊNCIA iriam ESCOLHER ser PERSEGUIDAS e RECRIMINADAS. Devem ser masoquistas não? Ou será que a FALTA DE INFORMAÇÃO te faz pensar assim? Você ja perguntou a um gay se ele decidiu querer ser perseguido? Não? Por que não? Tem MEDO da resposta ser negativa e você cair na real que esse seu preconceito é tosco e exdruxulo? Tem MEDO do seu preconceito NÃO TER FUNDAMENTOS? Realmente, não tem. O preconceito dos nazista tinha fundamento? Não, se tivesse toda sociedade estaria aplaudindo Hitler e não querendo apaga-lo da memória. O que você quer? Ser lembrado como o nazista alienado que tinha MEDO do DIFERENTE ou do cara que ABRIU A MENTE e se preservou o direito de conhecer aquilo que o assombrava?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Que absurdo esses gays!

Há algum tempo temos visto ativistas dos direitos gays lutarem pelo casamento igualitário, ou seja, o mesmo tipo de casamento que os heteros têm no civil. O que os gays podem fazer atualmente é o reconhecimento da união estável, o que é diferente do casamento civil.

Para a união estável é preciso que um juiz aprove a união. Ai está o problema. Se o juiz achar que o casal não deve casar não casa e pronto. A principal argumentação dos conservadores quanto à liberação do casamento civil gay é de que tais uniões não seriam, digamos, duradouras!

Ora eu tenho que concordar com eles! Casamentos heteros são duradouros! Vejam o caso, por exemplo, do casamento de Britney Spears, durou 55 horas! Ou então de Adriane Galisteu e Roberto Justus, durou 8 meses! Malditos gays querem acabar com a durabilidade do casamento! Onde já se viu? E ainda querem adotar crianças! Que vergonha!

Pra que eles querem filhos? Pra tirar crianças do orfanato? Ora, elas devem estar melhores lá do que com uma família gay! Onde estariam os princípios da família! Como uma criança poderia crescer sem uma figura paterna ou materna! E dai que existem mães e pais solteiros que criam seus filhos igual ou melhor que casais? E dai que gays sejam amorosos e comprovadamente criam muito bem, com afeto e carinho suas crianças? Prefiro que fiquem num orfanato!

Não podemos profanar a santidade do matrimonio! É por isso que também defendo que o divórcio seja extinto! E também quero que brancos e negros não possam se casar! Que absurdo! E mulheres, quem elas pensam que são? São propriedades dos homens sim! Apenas estou querendo que a santidade continue.

Se gays se casarem ficarei muito deprimido! Mesmo que isso não afete em nada em minha vida! Não os quero felizes, esse bando de sem vergonha! Quero que minha vida continue do jeito que está, se eu tiver que conviver com a felicidade dos gays vou morrer! E meu casamento? Como ficará? Imagino que eu e minha esposa teremos de ir a terapias para casais para expormos o quanto estará ruim nossa união por causa da união do Jorge e Renato. Ficaremos infelizes e abalados com a felicidade alheia.

E meus filhos, em que país irão crescer? Num país tolerante? Jamais! Prefiro que cresçam preconceituosos, intolerantes a se tornarem coniventes com este tipo de coisa! Prefiro que convivam com a violência nossa de cada dia! Que absurdo! E aí se um deles disser que é gay. Deixarei de amá-lo! Tirarei seu nome do meu testamento! Farei o possível para curá-lo, mesmo que veja lágrimas de sofrimento e dor em seus olhos! Isso não irá me abalar! Não irei amolecer! Filho meu não será gay! Deus vai matá-lo por isso! Deus vai dar doenças por ele ser gay! Se ele quiser ser gay será no inferno!

Não permitirei que gays influenciem meus filhos! Como não tenho certeza de como será a educação que darei a eles, como não sei se os deixarei inseguros em relação a sua personalidade, não posso permitir esse tipo de coisa. Que absurdo! Que horror. E dai que eles apanham! Merecem! Deus permite isso! Deus permite isso? Realmente, Deus permite isso?

O absurdo deste texto é saber que existem pessoas assim, que querem se meter na felicidade e sexualidade alheia porque não se contentam em ser infelizes, tem de fazer os outros infelizes também. Se você não concorda com o casamento civil entre gays, simples, não se case com alguém do mesmo sexo, mas não interfira na vida alheia. Você acha mesmo que crianças no orfanato é melhor? Desculpe, mas então você nunca viu a realidade dessas crianças. Você acha que um relacionamento gay pode influenciar sua vida? Então você não tem certeza da sua sexualidade. Você acha que é pecado? Acho que isso também não irá interferir na sua vida, vá para o céu e pronto, nos deixe em paz.